“Quando comecei a estudar recursos humanos, esse setor passava por uma transformação, o que antes era uma área ocupada principalmente por contadores e chamada “departamento pessoal”, passava a se chamar “recursos humanos”, empregando psicólogos e depois especialistas. Essa mudança teve um grande impacto na Psicologia, pois um psicólogo não era especialista em descrição de cargo, recrutamento e seleção, gestão estratégica de pessoas, avaliação de desempenho, pesquisa de clima, direitos trabalhistas, treinamento & desenvolvimento, plano de carreira e muitas outras matérias de extrema importância no RH.

 

Entender de gente não é entender de recursos humanos. O mercado percebeu essa lacuna e rapidamente se adaptou e hoje temos formação específica de recursos humanos, seminários, congressos, associações, etc.

 

Há 15 anos, uma das principais discussões nos congressos era que, em breve, a competência comportamental iria ter o mesmo peso que as competências técnicas. Isso de fato aconteceu, hoje competências técnicas e comportamentais têm o mesmo peso no mercado de trabalho. Há 50 anos eram valorizadas somente as técnicas, muito se evoluiu e se conquistou de lá pra cá. Porém, ter competência comportamental não resolve os problemas morais. Ainda temos grandes questões que assolam o mundo corporativo, como a necessidade de poder, disputas, ganância, falta de caridade e verdade, por exemplo, que têm um impacto gigantesco no dia a dia de uma empresa. Ser uma boa pessoa sempre foi valorizado na sociedade, mas no ambiente corporativo nem tanto, alcançar resultados e ter sucesso custe o que custar tem mais valor do que ser bom.

 

“No entanto, acredito que no futuro não será mais aceito esse tipo de posicionamento e serão valorizadas as pessoas boas de verdade. Por isso as virtudes humanas serão fundamentais para que esse ambiente corporativo entre em equilíbrio e seja saudável. A primeira competência, a técnica, e a segunda competência, a comportamental, já não serão suficientes para garantir bons negócios em uma nova sociedade mais humanizada! E aí entrará em jogo o que eu cunho de “A terceira competência”, ou seja, o desenvolvimento das virtudes humanas.”

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Trecho do livro "Revolução das Virtudes", de Eduardo Casarotto